Atrocidades na estrada

Hoje cá vou outra vez de viagem para o Sul.
Já conheço o percurso de cabeça.

Sei quando saímos de Lisboa e sei quando estamos a chegar... são muitos anos disto!!

No início da viagem, ainda me ponho à janela a ver as atrocidades dos outros condutores. Depois desisto e vou confortavelmente deitar-me até estar quase a chegar.
Altura em que desperto e vou novamente para a janela.

Faz-me uma profunda impressão ver as maluqueiras na estrada. O sentimento de extrema confiança que alguns condutores têm. Aqueles que se julgam os melhores...
Ouço conversas do tipo: "Os acidentes por causa das velocidades só acontecem aos outros. Porque aceleram e depois não têm mãozinhas para segurar o 'bicho'... mas comigo não é assim. Eu acelero mas sei o que estou a fazer..."
Estes camafeus não sabem o que dizem nem tão pouco o que fazem.
São os verdadeiros assassinos da estrada!!

Por isso, em viagens longas, prefiro dormir e nem pensar no que vai lá fora.
E depois, agradeço muito o chegar são e salvo ao destino. Isso é que é o mais importante.

Ah pois é!

O laço

O momento do dia em que eu deixo de estar sózinho e em que os donos voltam para casa, é muito especial.
Eu mesmo empenho-me para que seja um dos melhores do dia.

Para isso, pensei que nada como recebê-los da melhor forma possível. E isso implicava indumentária apropriada.
Por isso, recentemente, optei por recebê-los de laçarote.

Tirei a ideia de alguns programas que vejo na TV.

Foi giro, e eles não estavam à espera.
Recebi as habituais festas no pêlo, as quais eu faço questão. Fui acarinhado como nos outros dias, em que não tinha laço.

Qual foi então a vantagem de estar aperaltado? Bem "vestido"?
Tanto trabalho para receber o mesmo tipo de atenção!?!

É então que percebo que, quer esteja com lacinho ou não, gostam sempre de mim. O que conta é o que eu sou, e não o que eu possa parecer...
Eles gostam é de mim, e não dos laços que eu possa usar.

Sou um gato cheio de sorte... bom... e eles também são uns donos cheios de sorte, né?

Ah pois é!

Tudo queimado...

Todos os anos é a mesma coisa aqui por Portugal.
Ardem kms e kms de mata, e quase todos os incêndios começam de maneira indeterminada.
Imagino os meus amigos, gatos ou outras raças, que façam desses locais a casa deles. Deve ser um pavor.

Ora todos sabemos que são em larga maioria fogo posto. E posto por quem?
Por incendiários ou por piromaníacos?
Claro que são incendiários, e todos com motivações monetárias, com origem em interesses comerciais ou sociais. Estes crimes servem a grandes grupos empresariais. Basta pensar em quem lucra com àreas ou árvores queimadas...

Tenho sempre receio pelos bombeiros. Que arriscam a sua vida a tentar extinguir esses incêndios.
O bom nisto tudo, é que são recompensados com leite fresquinho após cada 'batalha'.
Só por causa do leite fresco, gostava de ser bombeiro! Porque, de resto, tenho um medo do fogo que me pelo.

Ah pois é!

Encaixotar

Mudar de casa sabe sempre bem, se formos para melhor. No entanto, dá cá uma trabalheira que só visto.

Felizmente hoje em dia as empresas de mudança já tomam conta de quase tudo.
A nossa única preocupação é a de colocar tudo nos devidos lugares, já na nova casa. Mas não é fácil. Conheço quem se mudou à umas semanas atrás e ainda anda a arrumar caixotes...

Mas outra coisa positiva, é a quantidade de tralha que deitamos fora numa mudança. Descobrimos objectos de que nem faziamos ideia que ainda existiam.

Para que é que continuamos a guardar certas coisas que já não usamos é que continua a ser um mistério. Guardamos tudo sempre na esperança que um dia venha a dar jeito. Só que esse dia nunca aparece. E mesmo que um dia precisemos desse objecto à muito guardado, acabamos por comprar um idêntico. Ou porque não nos lembramos que temos um igualzinho, guardado à espera de melhores dias, ou então porque não fazemos a mínima ideia de onde ele está. Além disso, se o fossemos procurar tinhamos de ir munidos de pano do pó, produtos de limpeza, vassoura, pá e afins. Sim, porque geralmente esses locais de arrumação não estão um primor ...

Nunca estive numa mudança a sério. As únicas, que ainda vou presenciando, são quando vou de férias, seja para o Norte ou para o Sul. Mas não tem nada que se assemelhe a uma verdadeira mudança, julgo.

No entanto, tenho de estar preparado para se um dia acontecer comigo. Assim, vou treinando como auto-encaixotar-me para ser transferido para outro local. Não vá alguém esquecer-se de mim!

Ah pois é!

Patas ao alto!

Aqui estou eu numa posição quase absurda, pouco ortodoxa. De patas ao alto, completamente vulnerável...

Estive a treinar a melhor forma de ser passado em revista.
Hoje em dia, isto já faz parte da rotina.
Não é?
Se vamos a algum evento desportivo de alguma envergadura, somos revistados.
Se vamos a algum concerto ou espectáculo, somos revistados.
Se vamos a alguma festa num local com "personalidades", somos revistados.
Se queremos embarcar nalgum voo, somos revistados.

Acho que mais dia menos dia, isto pega moda por este mundo fora. E, em vez de sermos revistados apenas e exclusivamente em locais e eventos especiais, passamos a ser revistados à saída de casa.
Eu explico.

Instala-se em cada habitação uma daquelas maquinetas que apitam quando possuímos metais. Outra de raio-X para qualquer mala ou saco que transportássemos. A porta da rua só abriria quando estivéssemos "limpos".
Assim, teriamos a certeza que toda as pessoas com que nos cruzávamos no exterior, não ofereceriam qualquer perigo à nossa segurança e à do país...

Os primeiros povos a darem o exemplo seriam os americanos. Depois os europeus... esses macaquinhos de imitação... e depois, muito mais tarde, ou talvez nunca, os restantes povos do mundo.
Obviamente haveria excepções. Os japoneses quereriam seguir as pisadas dos americanos, ainda antes dos europeus. Depois os sul-coreanos, australianos, etc...

Acho que já estou a exagerar, ou talvez não.
Vá-se lá saber para onde caminhamos, e que surpresas o futuro nos traz.
Que as coisas vão mudar é que não há dúvidas...

Ah pois é!

A ver a vida passar

Não há a mínima dúvida que o tempo passa a correr nesta estrada da vida...

Ainda à questão de 1 ano tinha uma espécie de diário/blog, pessoal e intrasmissível, dentro do site da Arca de Noé.

http://arcadenoe.clix.pt/blog.php3?op=mydiary&user=15603

Muitas das minhas primeiras histórias, ou todas, estão por lá.

Sabe-se lá porque razão, a certa altura da nossa vida, enjoa-se disto ou daquilo e mudamos radicalmente alguns costumes. É assim que, desde 11 de Agosto de 2004, deixei de actualizar aquela minha espécie de diário.

Mas, para descanso de muitos, continuo o mesmo gato maluco.


Agora, talvez por força das circunstâncias, tornei-me um pouco mais críTico.

Não vou mais ficar calado! Vou expôr tudo a nú.
Vou mostrar o meu descontentamento relacionado com assuntos que simplesmente não me agradam.

Se não houver nada de desagradável, simplesmente invento!
Ah pois é!

Fiquem atentos... às minhas críticas...